

Em quinze dias, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Receita deflagraram oito operações de grande porte contra a corrupção no Brasil. Turbulência, Custo Brasil, Recomeço, Boca Livre, Saqueador, Tabela Periódica, Sépsis e Abismo têm em comum, além do combate a esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, o fato de serem frutos diretos ou indiretos da Operação Lava Jato.
Em 28 meses sob o comando do juiz federal Sergio Moro, a Operação Lava Jato conseguiu reunir uma infinidade de informações que dão suporte a outras investigações que correm nos governos estaduais ? como a Operação Acrônimo, por exemplo, que investiga esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro nas campanhas eleitorais nos Estados de Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais e indiciou o governador mineiro Fernando Pimentel.
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Além da Operação Abismo, que é a 31ª fase deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato, as operações Turbulência, Custo Brasil e Tabela Periódica surgiram a partir de provas reunidas nos autos do processo que investiga o cartel de empreiteiras acusadas de fraudar contratos bilionários na Petrobras. Mais recente de todas, a Abismo apura fraudes em licitações de obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da empresa estatal, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro.

Frutos
A Operação Custo Brasil, que tinha como objetivo principal a prisão do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, é fruto direto do desdobramento que o Supremo Tribunal Federal impôs ao juiz federal Sergio Moro e à infinidade de inquéritos e processos que vem acumulando ao longo dos últimos dois ansos. Já as outras operações surgiram como resultado do compartilhamento de provas pelo STF.
Na contramão, as operações Boca Livre ? que investiga fraudes milionárias na Lei Rouanet ? e Saqueador ? que investiga esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 370 milhões ? estavam travadas pelo menos desde 2014 e agora começam a avançar.
Na Boca Livre, as investigações constataram que eventos corporativos, shows com artistas famosos em festas privadas para grandes empresas, livros institucionais e até mesmo uma festa de casamento foram custeados com recursos de natureza pública, obtidos por meio de recursos da Lei Rouanet.