Por: Rúbia Braga

Conviver bem, seja em casa, no trabalho ou nos outros espaços de contato com outras pessoas, é sempre um desafio. Histórias e jeitos diferentes de ver as coisas que, em alguns casos, acabam se transformando em conflitos que trazem sofrimento e desgaste emocional. Não existe uma fórmula para que consigamos conviver bem, mas existem algumas habilidades que, bem desenvolvidas, nos ajudam a viver melhor com as outras pessoas. A empatia, por exemplo, muitas vezes confundida com a simpatia, diz respeito à capacidade de se colocar no lugar do outro e olhar o mundo a partir do seu referencial. Trata-se de uma habilidade social muito importante para o convívio harmonioso em sociedade e que, quando exercitada, permite que aprendamos e cresçamos com as pessoas que estão ao nosso lado.
Muitas vezes, somos apressados em julgar as pessoas com quem convivemos. “Não entendo por que fulano age assim” ou “não entendo como fulano pode aceitar essa situação”. No entanto, é importante pensarmos que cada um de nós é diferente, tem histórias e expectativas distintas e que, portanto, não é justo que achemos que todos devem fazer as mesmas escolhas que nós. É possível que pessoas vivam uma mesma experiência e tenham reações e sentimentos distintos em relação ao que viveram. Isto acontece porque não interpretamos aquilo que acontece conosco no presente isoladamente. A forma como enxergamos o que vivemos hoje traz um pouco da nossa história, experiências pelas quais já passamos. Por isto, julgar os outros a partir do nosso referencial pode trazer frustrações e causar conflitos, à medida que não é adequado que queiramos que a pessoa pense exatamente como nós, por mais que acreditemos que aquilo é o melhor para ela. Cada um vivencia suas escolhas com base em suas expectativas, em sua experiência de vida, entre outras características que são extremamente particulares.
Neste sentido, a empatia pode ser uma habilidade valiosa para melhorar o convívio com aqueles que estão ao nosso redor e que, por isso, merece ser exercitada. Colocar-se no lugar do outro, sem julgamentos, com o intuito de compreender sua posição e o porquê de ele se comportar daquela maneira, faz com que passemos a ser mais respeitosos com as formas de ser e agir que são diferentes das nossas. Mesmo em casos em que percebemos que o comportamento do outro pode realmente estar prejudicando a ele ou a outras pessoas, colocar-se no lugar dele nos permite uma aproximação e um entendimento que facilita a conversa e favorece uma possível mudança. Isto acontece porque, quando nos colocamos no lugar do outro, a tendência é de que saiamos da posição de julgamento e passemos para uma postura de compreensão. Além disso, permitir-se sair do próprio referencial e buscar compreender outras realidades pode ser uma experiência surpreendente e enriquecedora. Que tal tentar?
*Rúbia Braga Psicóloga e Consultora de RH Sócia-proprietária da Inovare – Desenvolvimento Humano e Organizacional