Igreja em Itabira é escorada com pedaço de pau para não desabar

Interditada há quatro anos, Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Itabira, precisa de escoras para evitar desabamento do telhado (foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Itabira, sofre com efeito do tempo e falta de preservação. Com a chuva, a situação tem piorado. A matriz do fim do século 18 foi interditada há quatro anos por determinação do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil Municipal. Na terça-feira, ganhou, do lado direito, duas toras de seis metros de comprimento cada uma, com o objetivo de escorar o telhado.

Sob proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1949, a Igreja ou Ermida de Nossa Senhora do Rosário, datada de 1770, preocupa o pároco da Catedral de Nossa Senhora do Rosário, padre Márcio Soares. “Tememos muito pelo período chuvoso”, diz o religioso, mostrando parte da parede interna da nave sem o reboco e com os tijolos de adobe e vigas carcomidas aparentes.

No próximo mês, adianta o padre, a paróquia vai iniciar uma campanha a fim de sensibilizar comunidade e autoridades, em especial a prefeitura local, para conseguir a importância de R$ 100 mil e executar o serviço imediato. “O conserto da cobertura é urgente. Temos aqui uma equipe de engenheiros e a recomendação, autorizada pelo Iphan, foi fazer a escora para o telhado não desabar”, conta padre Márcio.

Ele lembra que está sendo desenvolvido um projeto de restauro completo do templo, incluindo a parte elétrica, elementos artísticos, piso e outras áreas. A estimativa é de gastos de R$ 2 milhões para dar conta de todos os setores, embora a prioridade seja a cobertura que protege o forro, enaltecido nos versos de Pintura de forro, do livro Boitempo, do poeta maior da terra, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).

Conforme levantamento do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), há muitas construções, a maioria tombada e com procedimentos na Justiça, necessitadas de cuidados urgentes para não cair ou se deteriorar ainda mais. “É preciso pensar na prevenção, prestar atenção à primeira telha quebrada, ficar de olho na goteira inicial”, alerta o coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC), Marcos Paulo de Souza Miranda. “A conservação preventiva é fundamental, pois as restaurações são caras e demoradas”, ressalta. (Com informações EM).

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