Um cruzamento na avenida Gentil Bicalho, região central de João Monlevade, foi o último cenário que o casal Raydan Silva, 20 anos, e Emilly Vitória, 18, viram antes de bater na lateral de um carro. Os dois, por sorte, tiveram ferimentos leves e passam bem. O acidente aconteceu no final do mês passado.
Os jovens fazem parte de uma estatística que é cada vez mais preocupante: em João Monlevade, quase dois motociclistas (1,7) sofrem acidente de trânsito por dia na cidade. Os dados chamam a atenção, já que as motos representam somente 14,8% da frota total de veículos, conforme último levantamento divulgado pelo IBGE.
Dados levantados pela reportagem do site O Popular, junto à Polícia Militar, apontam que de 1º de janeiro até 30 de setembro desse ano, mesmo com a redução do fluxo de veículos por conta da pandemia, foram registrados 158 acidentes com motos. Do total, apenas em 25 não houveram vítimas.

O número é semelhante ao igual período de 2019, quando foram registrados pela Polícia Militar 159 acidentes envolvendo motocicletas. Desses, 143 resultaram em feridos e 16 sem vítimas.
Ainda conforme a Polícia Militar, a causa presumida que mais vezes aparece nos registros dos acidentes é a falta de atenção, sendo 67 casos em 2019 e 54 em 2020.
Na tentativa de reduzir o número de mortes e acidentes envolvendo motociclistas, a Polícia Militar de João Monlevade trabalha com campanhas educativas de trânsito, operações preventivas e também repressivas.
Sevor e os atendimentos
O Serviço Voluntário de Resgate de João Monlevade (Sevor), também a pedido do site O Popular, divulgou levantamentos de acidentes com motocicletas atendidos pelo grupo nesse ano. De janeiro a setembro foram 157 ocorrências em rodovias e vias urbanas. Desse total, 206 vítimas envolvidas (condutor e/ou garupa) precisaram ser socorridas e seis pessoas morreram.

Os traumas mais frequentes nas vítimas que se acidentaram de moto são escoriações, suspeitas de fratura em membros superiores e inferiores, em alguns casos até fraturas expostas; luxações; hematomas e traumatismo cranioencefálico (em casos mais graves). Em 90 % das ocorrências atendidas, os envolvidos têm idade de 18 a 35 anos.