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Lúcio Bolonha Funaro foi preso em cumprimento de decreto do ministro Teori Zavascki, do STF
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Lúcio Bolonha Funaro foi preso em cumprimento de decreto do ministro Teori Zavascki, do STF


O lobista Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador de propinas do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), deverá ser interrogado nesta terça-feira (5) na Polícia Federal em Brasília. Funaro foi preso na última sexta-feira (1º). 

A prisão do lobista foi decretada pelo ministro do STF Teori Zavascki, na Operação Sépsis ? investigação sobre suposto esquema milionário de propinas no âmbito do FI/FGTS da Caixa. O esquema teria sido idealizado por Funaro e por Eduardo Cunha, em 2011, segundo delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto.

O delator contou que se reunia todas as terça-feira, às 7h30, na casa do parlamentar ? inicialmente no apartamento funcional, depois na residência oficial da Presidência da Câmara.

Nessas reuniões, Fábio Cleto submetia ao crivo de Eduardo Cunha projetos milionários de grandes empresas que procuravam o Fundo de Investimento FGTS em busca de recursos. O ex-vice-presidente da Caixa apontou doze operações. Ele revelou que o peemedebista lhe dizia que ficava com propina equivalente a 1% do valor de cada contrato.

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Ainda segundo o delator, o presidente afastado da Câmara “selecionava” os projetos que deveriam ser aprovados pelo Comitê do FI/FGTS. A Operação Sépsis indica que após a “escolha” de Cunha, Lúcio Funaro se encarregava de fazer contato com dirigentes das empresas supostamente beneficiadas pelo aval do parlamentar.

Na audiência prevista para esta terça-feira, Funaro poderá permanecer em silêncio ? conduta que a Constituição permite a investigados. “Não está nada definido”, disse o advogado Daniel Gerber, defensor de Funaro.

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