
Faz muito tempo que a classe política brasileira caiu em descrédito perante a população. E isso é um contrassenso lamentável, pois que a política é imprescindível para a vida em sociedade. Eu diria mesmo que é impossível ao tecido social funcionar devidamente sem a arte da boa política.
No entanto, os políticos brasileiros fizeram da política um balcão de negócios. Um toma-lá-dá-cá imoral. Em defesa de um naco de poder nossos(?) políticos parecem dispostos a vender a alma ao diabo e a comprar a dignidade de quem estiver disposto a vendê-la por quaisquer trinta moedas.
Como ainda vivemos num país em desenvolvimento, com um nível de educação baixíssimo, os políticos profissionais não enfrentam nenhum problema para encontrar miseráveis dispostos a trocar seus últimos resquícios de dignidade por alguma benesse que alivie seu desespero mais imediato. Nos rincões do Brasil o voto é trocado por qualquer coisa.
Nesse sentido, programas sociais são usados para arrebanhar multidões de necessitados que passam a depender das migalhas do governo. Uma simples menção ao possível fim de um determinado programa assistencialista faz com que multidões se insurjam e saiam às ruas para protestar, disposta a invadir agências bancárias, como aconteceu quando espalharam o boato sobre o fim do Bolsa Família.
O Brasil ainda é, sim, um país de pobres e doentes. Uma nação de pessoas precariamente educadas. Tudo porque o governo investe pouco em educação e saúde e prefere manter milhões de brasileiros dependentes das migalhas que caem da mesa farta do poder.
Um povo mal educado – no sentido de não ter acesso a uma educação de qualidade – é um povo que não sabe votar e, como consequência disso, vivemos em um país onde nada funciona.
Toda campanha eleitoral é assim. Promessas e mais promessas e nada muda ao longo dos anos. Simples assim. O povo continua amordaçado pelo sistema sem saúde, sem educação, sem segurança e sem esperança de um país melhor.
Os “lobos vestidos de cordeiro” estão à solta novamente. E tudo começa com os vereadores e prefeitos, que elegemos mal.
Para que o Brasil comece a “andar nos trilhos”, precisamos de uma base política séria e honesta e isso começa nas Câmaras Municipais e nas Prefeituras das cidades. Pense nisso ao votar neste ano.
Por Bell Silva