Promotor de pulso

“Bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para morrer”. Foi com argumentos desse tipo que o 1º promotor de Justiça do 5º Tribunal do Júri, Rogério Leão Zagallo, pediu à Justiça de São Paulo que arquivasse um processo sobre um suposto assalto contra um policial civil que terminou com um suspeito morto. O crime, considerado pelo promotor como ato de “legítima defesa” ocorreu em setembro de 2010.

Fico imaginando se em cada cidade do país, tivesse um promotor que agisse desta forma, a criminalidade estaria no nível que vemos hoje? Certamente não.

O fato é que temos vivido em um país onde a Justiça é falha, as polícias sem estruturas para exercerem suas funções, e o policial rodeado pelo medo de trabalhar (não por causa do bandido), mas das consequências geradas pela profissão.

Se um policial, seja ele civil ou militar, for denunciado por um bandido junto ao Ministério Público por abuso de autoridade, dizer que foi agredido, que teve seus “direitos” violados, é aberto um processo e o policial pode perder o emprego e ainda ser preso. Quem consegue trabalhar sob uma pressão assim? Ninguém.

Em João Monlevade por exemplo, alguns policiais respondem processos na Justiça por que foram “denunciados” por criminosos. Bandidos inconformados com a prisão e, para se vingarem dos policiais, fazem denúncias junto ao Ministério Público. Com isso ficam tensos no trabalho diário, refletindo de modo assustador na segurança da população de bem.
É preciso que esta situação mude e que a polícia possa trabalhar tranquilamente, caso contrário, viveremos cada vez mais presos em nossas próprias casas, e os bandidos soltos, livres para cometerem seus crimes, sabedores que podem ainda, serem beneficiados por uma “brecha” na Lei. A população de bem já foi desarmada. O marginal continua armado e cada vez, mais bem armado.

Quero deixar bem claro que sou contra toda e qualquer tipo de violação de direitos, mas quero deixar aqui os parabéns ao 1º promotor de Justiça do 5º Tribunal do Júri, Rogério Leão Zagallo por ter tido a coragem de fazer essa declaração, tão forte e verdadeira.

 

Por/Bell Silva

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