
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) concluiu, nesta semana, sua reunião técnica sobre dengue, zika e chikungunya. Em três dias, o encontro contou com a participação de representantes das 28 Regionais de Saúde e do Ministério da Saúde, e teve como objetivo discutir estratégias para atualização das equipes regionais e municipais do Estado na gestão das atividades de controle dessas doenças.
Na reunião técnica, foram abordados temas como o panorama da atual situação epidemiológica em Minas Gerais, as ações adotadas pela SES-MG no enfrentamento ao Aedes aegypti, bem como a organização da rede assistencial.
O médico infectologista e referência em imunização da SES-MG, José Geraldo Leite Ribeiro, falou sobre a utilização da vacina como uma das estratégias no enfrentamento da dengue. “Justifica-se pensar numa vacina com o objetivo de diminuir o impacto causado por essa doença. No entanto, não se deve colocar a vacina como substituição às ações de controle do vetor”, explicou José Geraldo.
George Dimech, representante da secretaria estadual de Saúde de Pernambuco, falou sobre a experiência dos pernambucanos no enfrentamento da síndrome congênita associada ao Zika Vírus. Na oportunidade, inclusive, DImech ressaltou a importância desse tipo de evento para troca de conhecimento e aperfeiçoamento das estratégias que já estão em prática.
O encerramento da reunião foi marcado pela presença do secretário da SES-MG, Sávio Souza Cruz, que destacou a importância da participação de todos no enfrentamento ao Aedes.
“Estamos diante de um grande desafio para o Estado de MG, que é a possibilidade de ocorrência de uma tríplice epidemia (Dengue, Chikungunya e Zika), todas transmitidas pelo mesmo vetor. Precisamos, por isso, organizar nossos serviços para o enfrentamento dessa situação, com o objetivo de evitar o aumento do número de casos dessas doenças e também a ocorrência de óbitos. É necessário mobilizar e conscientizar a sociedade mineira de que o cuidado com a saúde individual e coletiva é a forma mais eficaz no enfrentamento à dengue, à zika e ao chikungunya. Essa ação é considerada prioritária pela nossa gestão”, ressaltou Sávio Souza Cruz.
Ainda de acordo com o secretário, “é preciso também envolver outros setores, como educação, meio ambiente, limpeza urbana e serviços de abastecimento de água para desenvolvimento de ações integradas”, concluiu.
Dengue, Zika e Chikungunya em Minas Gerais
A dengue, chikungunya e zika vírus são doenças sazonais, cuja tendência de maior concentração de casos se dá entre os meses de janeiro a abril, em todo o Estado. No entanto, é importante ressaltar que o vetor das doenças circula durante todo o ano, ainda que com menor intensidade nos meses mais frios e secos (maio a setembro). Dessa forma, os cuidados em relação à prevenção e enfrentamento aos focos do mosquito devem ser permanentes.
Até o momento, Minas Gerais registrou 525.975 casos prováveis de dengue, 476 casos prováveis de Chikungunya e 15.169 casos prováveis de Zika.
Em relação aos casos que envolvem febre pelo Zika em recém-nascidos com microcefalia, mães de recém-nascidos com microcefalia e gestantes, foram confirmados 1.001 casos de gestantes com doença aguda pelo Zika Vírus.