
O plenário da Câmara de Vereadores de João Monlevade ficou lotado na noite de ontem (12) por funcionários públicos. Servidores efetivos dividiram o espaço com secretários municipais e funcionários nomeados, deixando evidente o clima tenso por conta das discussões sobre o reajuste salarial da categoria. A presença do funcionalismo ocorreu devido a prefeita Simone Carvalho (PSDB) ter enviado para votação dos vereadores o projeto que prevê o aumento salarial. Ainda não houve acordo entre o funcionalismo e a administração.
O projeto do aumento salarial ainda precisa ser aprovado pelos parlamentares, o que pode ocorrer na próxima semana. Os servidores municipais pleiteiam reajuste de 14% e vale-alimentação de R$ 350,00 para todos os funcionários. Na última rodada de negociações, a administração municipal ofereceu 5% de reajuste salarial e um acréscimo de R$ 14,00 no vale-alimentação.
Para pedir intervenção da Casa nas negociações com a Prefeitura, o secretário geral do Sintramon (sindicato da categoria), Carlos Silva, usou a Tribuna e argumentou que “o funcionalismo precisa ser respeitado e não atropelado”.
O vereador Thiago Araújo (Titó-PDT) foi o primeiro a ficar ao lado dos servidores e atestou que os funcionários públicos estão saindo ‘perdedores’, pois os salários não são reajustados como deveriam. “Cinco por cento é irrisório”, pontuou. O peemedebista Revetrie Teixeira, que também é funcionário público lotado na área da saúde, falou novamente sobre as gratificações de até 80% concedidas a funcionários em cargo comissionado. Segundo ele, o bônus precisa ser revisto para que os efetivos não saiam prejudicados.
Os petistas Gentil Bicalho e Belmar Diniz também se posicionaram favoráveis a um reajuste maior para os funcionários públicos. O primeiro chegou a sugerir que servidores com salários maior do que R$ 4 mil abram mão do reajuste para que o aumento seja repassado aos demais. Assim, chegando aos 14% almejados pela categoria.
Belmar Diniz enfatizou que as gratificações a cargos comissionados têm gerado desmotivação aos servidores. Ele também criticou que a atual administração e as duas anteriores a ela não procuraram a Câmara para mostrar os números e os estudos para definição do aumento dos funcionários públicos.
O vereador Carlos Roberto Lopez (pastor Carlinhos- PMDB), por sua vez, fez duras críticas à contratação de funcionários que ocupam cargos comissionados, pois, para ele, já que a administração alega falta de dinheiro para maior reajuste dos salários, a saída seria dispensar os cargos de confiança.
O líder da prefeita na Câmara, Sinval Dias (PSDB), argumentou que o índice proposto para o reajuste dos salários é feito com “os pés no chão” e o seu colega de partido, Guilherme Nasser falou em responsabilidade e disse que são os funcionários bons que carregam a Prefeitura.
Nova rodada de negociações
Na próxima semana a comissão de negociação dos funcionários públicos e da administração municipal vão se reunir para uma nova rodada de conversas. Não está descartada a possibilidade de greve.